domingo, 25 de janeiro de 2009

Castanhal - PA

25.01.2009

Tanta chuva no caminho e são várias as nuvens que anunciam tempestades, uma espécie de bolor de nuvens, transportada pelo vento que de uma hora para outra, quando menos se espera, está chovendo e ticalatapum ... Papoca !
Prefiro não pedalar na chuva, mas quando se está na estrada e não há como evitar a chuva, o jeito é apressar o passo até a próxima parada, de preferência um lugar seguro, tranquilo e coberto.

Chuva à vista, e apresse o passo para chegar num lugar legal. Recebido por ´´seu´´ Raimundo, dono de um restaurante à beira da BR. Raimundo é meu conterrâneo, filho de agricultores que sairam de Canindé para tentar a vida no Pará veio ainda moço com seus pais que fugiam das secas, coronelismo, enxada e voto. Pará foi um atrativo para os nordestinos na década de 40 se não me engano, como o norte ainda era nativo se tratando das frentes de expansão de mineração, extração da borracha, de madeira, dentre outras, vinheram muitos nordestinos para a construção de um Estado que é o Pará hoje. Assim aconteceu com o pai de Raimundo, agricultor, possuidor de lotes de terra que com o tempo foram vendidos a preço de buriti para os magnatas criadores de gado; assim aconteceu com su Raimundo, com outros Antônios,Franciscos, Ciceros, Marias ...


Volto a pedalar no meu ritmo, agora sou só eu e a minha Esperança indo por fora e por dentro para chegar ao Fórum. Depois de uma boa pedalada para chegar em Castanhal vou quase que de relâmpago acompanhando as nuvens a casa de Jivago, onde sou muito bem recebido por sua família e amigos. Sua tia preparou um almoço delicioso diário e em seguido fomos tirar um som do violão para fazer a digestão para mais tarde ir jogar uma ´´pelada´´. Fazia muito tempo que não jogava ´´de bola´´ como o cearense fala, e então como estava cansado pela pedalada, joguei apenas uma partida só para brincar.
O melhor de cada região além as pessoas é conhecer sua culinária, seus temperos, suas cores e sabores, pois bem, a noite fui levado a conhecer o tacaca e a maniçoba, muito bom, muita energia para a próxima pedalada que é a Belém.

Fomos para a casa de Veudo que é percursionista, pesquisa o Carimbó de Algodoal (região litorânea no Pará), faz instrumentos percursivos e pinta telas, além de reutilizar matérias reciclados para a (re)construção de sua casa. Veudo é um figura, também tem a sina de ser cearense. O som da vitrola preenchia a noite, só clássicos do Jazz.
Durante a viagem dormir em tantos cantos inóspitos, insólitos e derivados, mas nunca em uma árvore, uma caramboleira. Como existem sempre as primeiras vezes, fui eu lá, subindo aos troncos para a rede que Veudo havia colocado para minha pernoite. A uns 8 metros para baixo eu dormir um sono tranquilo naquela rede, sendo acordado pelo sol e ao canto dos passarinhos, em paz.
No outro dia estava combinado para irmos a Apeú na casa de Ana, Marcelo e Cinzia, moçada que mexe com artes visuais, performances, música, enfim, arte e expressão, inquietações artísticas. Lugar maravilhoso é Apeú, ainda muito bem nativa com suas florestas onde resguardam tantos mistérios da Amazônia. Lugar bem tranquilo é a casa de Ana que se chama Xangri-lá, uma delícia de casa, muita arte, muita vida em cada canto, magia por entre a casa. Corre um igarapé à baixo onde o banhar é indescritivel, o lugar é abençoado, só as formigas que não deixam dar um descanço aos pés ...

Cinzia e o Japonês preto velho.

....

Indo à cidade das Mangueiras , Belém do Pará ...

5 comentários:

  1. da rede a voz que chega boa noite ja amanhecendo
    o canto do passaro
    que me encanta.

    enquanto.. é chuva
    carambola!

    chega que é de vento..

    ResponderExcluir
  2. ah ma,é isso aí, parabéns!

    ResponderExcluir
  3. em ritmo de carnaval... vai la: ei voce ai, voce é um hari, voce é um hari... ei! voce ai, voce é um hari, você é um hari

    ResponderExcluir
  4. macho, tu num vai mais postar nada aqui nao é? desistiu da verve literaria?

    ResponderExcluir